terça-feira, 4 de março de 2008

Histórias (1)

Tava lendo no blog do tigrão a história dele com o cinema e me lembrei de uma vez que eu e o meu irmão resolvemos ir ver um filme no falecido "Ritz" na Protásio Alves (lá em Porto).
Tinha uns 13/14 anos, não lembro. Mas era um sábado chuvoso super hiper entediante. Uma chuva "molha-bobo" impedia qualquer tentativa de diversão saudável, como andar de skate, futebol, essas coisas... Olhando no jornal vimos que tinha um incrível filme de guerra passando no "Ritz" e censura "livre". Perfeito, pensamos.
Juntamos os trocados (não me lembro se era Cruzado, Cruzado-novo, Cruzeiro ou mirréis) fomos junto com um amigo nosso, o Mário. Isso mesmo, aquele....

Compramos nossa entrada num cinema praticamente vazio, como podia? Filme de guerra sempre tem gente. Pois é, não tinha. Só um senhor, não me lembro se na época pensei que idade teria ele, mas era mais velho do que meu vô (parâmetro de velhice pra mim naquela época). pois bem, sentamos no lugar perfeito do cinema pra gurizada daquela idade, no fundão. De onde poderiam sair torpedos de pipoca, mísseis de bala azedinha, bombas atômicas de chiclé mascado, daqueles que se grudassem no cabelo só cortando a mecha fora. Estavamos armados até os dentes. Balas Azedinho-doce, OK. Mentol, OK, Bib´s de amendoim, OK. Refri Fanta nasantigaslatasqueninguémconseguiaamassardejeitonenhum, OK. Mas cadê os alvos? Só aquele velhinho láááááááá na frente não dá. E olha que minha mira não era das piores. Mas todo mundo sabe que pipoca fria tem alcance reduzido. A saída seria o azedinho-doce, mas meu irmão já tinha comido tudo (ele sempre faz isso). Droga.
Quando, pra nossa surpresa, o velho percebeu a balbúrdia no fundo e levantou pra falar com a gente. Fedeu, pensei. Meu irmão quis fugir mas eu não deixei. Não fizemos nada, ainda.
Chegando perto de nós ele era só elogios. Achava incrível que na nossa idade éramos interessados no conhecimento, na história. Eu não entendi nada, queria que ele calasse a boca pq o filme já ia começar. Filme de Guerra, que emoção. Meu pai nem sabia onde a gente estava. Ele que não me deixou ver o Filme do Stallone Cobra nem imaginava que eu estava prestes a ver uma batalha sangrenta, com corpos mutilados e palavrões. Escureceu e começou. Diretaço, sem trailer nem nada. Nunca mais me esqueci daquele título em letras garrafais:

"A Guerra do paraguai"



Nenhuma cena filmada, só imagens como essa. Pinturas e aquela voz grave, de radialista da década de 60 falando com um script da mesma época... sacanagem...

Fomos andar de skate, na chuva mesmo. Azar...

4 comentários:

Fernanda Meneghel disse...

Que momento sensacional, amigo.. Me fez lembrar da primeira vez que fui em um cinema propriamente dito. Era uma salinha bem falcatrua em um shopping (que na verdade era uma galeria)... Adivinha o filme... Ghost.. ahauhauhuauha

TatiPy disse...

SIFEUDEU!!!!
Hehehehehe
Amey!

Anônimo disse...

Tá. Agora conta a hisória do bode!!!!!!!!

Bianca

Tigerman disse...

Não confunda A Menina e o Cavalo com O Corcel Negro


Vou rir três dias disso aí